"Eu também sou vítima de sonhos adiados, de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, eu ainda tenho um sonho, porque nós não podemos desistir da vida."

Martin Luther King

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

o porquê da razão.





a àrvore perdeu a cor
as luzes apagaram-se
as prendas desfizeram-se
em pó.

tu não apareceste

a neve derreteu
o chá arrefeceu
a neve já não caiu
e o frio ganhou mais força

pois tu não apareceste

tu não tocaste àquela porta
simplesmente não vieste
tu não me quiseste ver
mas então
o que irei eu fazer?

se eu só te quero ver
de te abraçar
de te acarinhar
de corrrermos os dois pela neve fora.
contudo

aconchegar-me a ti,
só mais uma vez.
abraçar-me a ti,
uma última vez.
mas ter-te sempre ao pé de mim,

sei que nunca mais

tu hoje não vieste
não sei eu porquê
mas sinto que pressinto
que simplesmente já me esqueceste
já nada vai ser possível outra vez

foi doloroso
acabou cedo demais
mas a dor teima em continuar
não percebo. não sei o porquê
da tua razão

de me teres esquecido.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Os Três Olhos




Todo o Ser-Humano tem Três Olhos.
Quantos é que tu vês? Dois...?

Existe o Olho do Coração, que é o Olho dos sentimentos, da sinceridade, da afectividade, do amor e do companheirismo.
É uma perspectiva emocional sobre o Mundo que nos rodeia: pessoas, acontecimentos, factos...
É através dele que nos apercebemos do quanto gostamos de uma determinada pessoa ou de algo. Este Olho é oposto ao que vos irei explicar já a seguir.

O Olho da Mente - o olho da Lógica. Este é o Olho da Razão, dos Porquês e das Respostas. É a partir deste que analisamos o quanto amamos algo; o quanto nos poderá beneficiar ou não (não estando eu a falar pejorativamente); o quanto vale a pena o esforço que pomos em determinada pessoa, ação, sonho, ideal...
A partir deste Olho vemos o mundo de uma maneira mais científica, mais concreta, precisa e verdadeira.
Às vezes até pode ser um pouco agressivo, por nos mostrar tão verdadeiramente, muitas vezes, a realidade. É um Olho direto.

E por fim, mas não menos importante, o Olho da Visão. E não, não aches assim tão óbvio.
Todos, felizmente ou não, o temos. Queiramos ou não. Está no nosso sangue, desde o primeiro ser-humano. É, como eu lhe chamo, a Maçã-de-Adão e Eva - o Pecado da Vida, pois é por este olho que injustamente (lá está - o Pecado da Vida) julgamos errada e muito rapidamente as pessoas, o mundo, tudo e todos.

É através de Olho tão poderoso que pomos de parte certas pessoas apenas pela sua aparência, não valorizando aquilo que elea realmente é. Não damos importância aos seus valores, aos seus ideais, aos seus costumes, tradições e crenças, aos seus objetivos de vida, à sua ambição, ao seu desejo de viver, e a muitas outras coisas que este Olho teima em não ver.

Este Olho é teimoso a maioria das vezes. Ele procura apenas e só a Beleza. Beleza essa do exterior, somente do exterior. este é o Olho mais cínico, mais observador, mais crítico, mais reservado e ainda o mais cuidadoso, sendo, ironicamente, com o qual devemos ter mais cuidado. Com o qual devemos ter mais cuidado, pois como é tão perigoso e sensível ao mínimo toque brusco nos pode sair muito caro, a nós e até ao outros!

Mas este Olho também pode ser algo útil e "bom" - com uma veia para a arte, como por exemplo para a Literatura, a Dança, a Música, o desenho, a Arquitetura e muitas outras belíssimas artes.

Estes três olhos são todos muito importantes, mesmo parecendo que não. Por exemplo, vais comprar umas calças. Para isso precisas de três aspetos fundamentais: o quão cómoda e dispendiosa são essas calças; que valor ele representa para ti (se te lembra de algum momento em especial ou até de alguém), mas também o quanto tu próprio (ou própria) gostas destas calças; e ainda o quão bonitas e bem-parecidas elas são.

Todos estes três Olhos são fundamentais para o nosso dia-a-dia. O problema, mais concretamente, está na dose com que os usamos.
Ele disse-me, depois de ouvir a minha explicação sobre estes três, a dificuldade por detrás de tudi isto: "A dificuldade está na prioridade a que damos a cada um dos Olhos, em cada situação do dia-a-dia.".


Um Escutar


E ouviu-se uma canção
e iluminou-se um pensamento.
E passou um pássaro
e apagou-se um pensamento.

Esta brisa que me corre leve,
pairou agora sobre o ar.
À espera de não sei quê
que te fez pensar.

Pensas, se calhar, qual o sentido da vida
e eu digo-te:
é preencheres tua alma
com os mais belos sentimentos,
mas também,
iluminares esse teu pensamento.

E dá e enche de amor o Mundo
que ele bem precisa.
Olha o quão ele chora.
Olha o quanto ele te pede piedade!
Dá-lhe!
Dá-lhe, que ele bem te pede.
Ele dá-te tanto
e tu, só lhe dás dor,
sofrimento, tristeza...
Pensamentos em vão,
que te fazem esquecer a Natureza.

Mas nunca te esqueças:
pára por um momento,
e escuta o Pássaro.











segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Um covarde é incapaz de demonstrar amor. Isso é privilégio dos corajosos."
 - Mahatma Gandhi

Por isso, muitos de nós são cobardes, pois não levantamos, nem queremos, o véu de pó que está à frente dos nossos olhos. Os nossos olhos, de tão inflamados pela crueldade, maldade, egoísmo e inveja que já abunda neste nosso mundo, cegaram. Mas cegaram, pois deixámos, até chegar a este ponto: pessoas por completo abandonadas, crianças mal-tratadas e ainda escravos da ignorância (escravos esses que somos todos nós - sem excepção!) .Temos de abrir os olhos, para limpar toda esta poeira. Ou vamos acabar com certeza numa lixeira autêntica, e é para lá que o Ser-Humano se encaminha... Mas ainda acredito. Ainda acredito na Fé, no Amor e nos Valores que pelos quais, e eu mesmo não sendo cristã ou muçulmana ou buda ou judaica, acredito que foram os dons de que Alguém ou Algo nos deu, para realizar a sua mais gloriosa ação: a criação da Vida. Por isso, escolhi o meu caminho: o menos caminhado. Já conheci pessoas que o percorrem ao meu lado. Magoaram-se,já tentaram desitir, pois perdem-se já que não há mapa para este caminho... mas dizem-me: - Vejo a luz ao fundo do túnel, pois o Homem está farto do Ódio e a Roda da Vida é o Amor, pois o amor é e continuará a ser a arma mais poderosa de todas, mesmo nas guerras...


Uma Palavra





Silêncio.
Apenas sente o momento a trespassar a tua pele, a desmanchar-te em ansiosas perguntas e arrepiar-te em profundos medos.

Silêncio. Paz.
Apenas sente o meu perfume num leve beijo de adeus. Adeus à memória, adeus à esperança, adeus ao sonho e ao prometido.

Silêncio. Pondera.
Tudo o que era para dizer já foi dito. Nem um ponto a mais, nem uma vírgula a menos.

O avião espera...
Apenas responde-me com a gratidão do teu olhar.
Também o sentes?
Este estranho sentimento de algo restar?

Silêncio. Reflecte.
Estou a ver um sinal. Tu choras.
Os teu olhos dizem-me que sim, que também o sentes...
Não. Fica onde estás.
Olha para mim, não para o chão.
Não recues. Apenas olha-me.
Eu sei que já nada falta. Já tudo foi dito. Não há mais promessas nem mentiras.
E a reserva do que sentíamos (e que bonito que era) já se desgatou. E desintegrou-se em mil lágrimas partilhadas por ti, nesse teu mar de arrependimento - consigo-o ver pelos teus olhos.

Silêncio. Calma. Sossega.
Já não vale a pena.
Eu sei o que me querias dizer, mas já não faz a diferença.
Já não restam mais palavras para tudo o que se passou, apenas isto: um leve beijo de adeus.

Silêncio.
O avião espera por mim.

Este silêncio entre nós será a nossa única memória que restará - sem pecado na alma e dor no espírito.
Este silêncio perpertuar-se-á nos teus momentos a sós, contigo próprio.
Até poderes dizer algo mais. Uma única palavra.


- Desculpa.


24 Setembro

A Lágrima





Sentei-me.
Cruzei-me no chão.
Abriram-se as portas do meu olho,
e saiu de lá um rio.
No final, uma gota caiu,
pairou sobre o chão
onde eu me encontro cruzada,
abalada.
Essa lágrima, agora, olha-me.
Quer voltar à porta donde saiu,
para depois apenas sair
quando de facto necessário.
Agora não, diz-me ela.
Não chores. Ainda não é tempo.
Fecha a porta.
Senta-te. Pensa. Reflecte nos teus erros.
Arrepende-te.
Mas não chores.

Um mero sonho. Um mero Sonhador.





Quero sonhar alto,
mas dizem que maior é a queda.
Quero sonhar alto,
mas dizem-me que sou louca.

 
Quero sonhar alto,
mas dizem que lhes magoo.
Quero sonhar alto,
mas minha voz começa a ficar rouca...

Quero sonhar alto,
mas dizem que sou apenas mais uma garota.
Quero sonhar alto,
e esta será a última gota!

Deixem-me sonhar,
pois assim é que ficarei louca
de não poder amar.

Deixem-me sonhar,
pois assim é que vos magoo.
Por não vos mostrar meus sentimentos,
isso é que é de mau agouro!

Deixem-me sonhar,
quero soltar minha voz, minha angústia!
E quem sabe se assim
não acaberei com esta dor injusta!

Deixem-me sonhar.
Porque sim. Porque sou uma mera Garota.
Uma mera garota
que chorou a última gota!

Deixem-me sonhar!
Que se lixe "maior é a queda".
Pois ao menos, eu fui e vi o Paraíso
enquanto que para voçês isso não existe.


 

Tu

Flor Jasmin


Por momentos vi a Luz.
Abanou a minha Escuridão.
E nesses pequenos instantes,
Pude sentir aquela Paixão.

Não pude deixar de sonhar,
Como seria ter-te aqui a meu lado.
Como tu para mim não és um brinquedo,
Já muitas vezes por ti tenho chorado.

Ai! Que saudades tenho de ti!
Ai! Que injusta foi a nossa separação!
Ai! Quantas vezes sonhei que te via!
Ai! Quantas vezes ouvi a nossa canção!

Que saudades tenho do teu sorriso.
Espero voltar a vê-lo um dia outra vez.
Espero que ainda seja iluminado,
E que não se tenha apagado de vez…

Lembro-me dos nossos passeios naquela aldeia,
Que com emoção me preenchem a Saudade.
Lembro-me das nossas brincadeiras,
Que nos roubaram com crueldade.

Cheiro nas minhas memórias aqueles Jasmins
Que outrora apanhámos naquele Jardim…
Ai! O quão bonita era esta Serra!
Ai! O quão malvada é esta Guerra…

Estas memórias, estas lágrimas…
Valerão a pena?
Eu espero que sim!
Pois por mais sofrimento que eu possa sentir,
Eu juro, que um dia virá o Fim!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Uma Palavra

Não digas nada.
Apenas sente o momento a trespassar a tua pele, a desmanchar-te em ansiosas perguntas e arrepiar-te em profundos medos.

Não digas nada.
Sente o meu perfume num leve beijo de adeus.
Adeus à memória, adeus à esperança, adeus ao sonho e ao
prometido.

Não, não é preciso dizeres nada.
Tudo o que era para dizer já foi dito. Nem um ponto a mais, nem uma vírgula a menos.
Que estranho sentimento: nem nada falta nem nada resta...

Não digas nada. 
Apenas responde-me com a gratidão do teu olhar.
Também o sentes?
Este estranho sentimento de nada faltar e restar?

Espera.
Estou a ver um sinal. Tu choras. Os teu olhos dizem-me que sim, que também o sentes...
Não. Fica onde estás.
Olha para mim, não para o chão.
Não recues. Apenas olha-me.
Eu sei que já nada resta. Já tudo foi dito. Não há mais promessas nem mentiras.
E a reserva do que sentíamos (e que bonito que era) já se desgatou. E desintregou-se
em mil lágrimas partilhadas por ti, nesse teu mar de arrependimento - consigo-o ver pelos teus olhos.

Não digas nada.
Eu sei o que me querias dizer, mas já não vale a pena, já não faz diferença.
Já não restam mais palavras para tudo o que se passou,
apenas isto: um leve beijo de adeus.

Não digas nada.
Este silêncio entre nós será a nossa única memória que restará - sem pecado na alma e dor no desejo.
Este silêncio perpertuar-se-á nos teus momentos a sós, contigo próprio.
Até poderes, finalmente, dizer algo mais.

Até me poderes dizer  "Desculpa" .