"Eu também sou vítima de sonhos adiados, de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, eu ainda tenho um sonho, porque nós não podemos desistir da vida."

Martin Luther King

segunda-feira, 17 de março de 2014

Menina da Janela





Menina da janela
Que tormentos são esses que te assombram?
Menina da janela,
Posso ver o teu sorriso?
Amarelo à luz das velas
Mas por dentro bem bonito?

Menina da janela,
Deixa-me ajudar-te.
Ato uma corda à garganta desses teus fantasmas,
E voamos juntos pelo norte
Sem fim nem rumo,
Voando simplesmente pela luz da sorte.

Menina da janela,
Não chores.
Não chores menina bonita,
Vai tudo passar.
Vais ver.
Esses demónios que te possuem,
Verás que os combaterás,
Sem no fim,
Em neles te tornares.

Acredita.
Tem fé e esperança.
Pois tudo melhorará,

Tudo vencerás … 

domingo, 16 de março de 2014

Exorcismo.

Que sei eu?
Nada sei, nem nunca deverei.
Verdades acerca de mim? Não conheço, nem por elas esperei
Ou sequer rezei.
Se por dizê-las fui, então sempre errei.

Será por prazer? Ou por diversão?
Será por loucura? Ou por desilusão?

Dizê-lo.
Dizê-lo é forte e em bom som.
Mas Vivê-lo.
É duro, íntimo e num outro diverso tom.

Não sei, pois sou Ninguém.
De quem nunca amei.

Sinto-me possuída. Extraída de um outro ser.
Sinto-me iludida, pelo meu próprio parecer.
De sangue outrora iluminado,
Que no futuro será
Um fracasso desesperado.

E esse futuro que não me pertence,
Pertencendo a outro sim senhora,
Roubo-o a cada segundo teu,
Para acabar num lixado mundo meu.

Mundo esse que desatina,
Que desatina mente minha.
Mente desesperadamente na minha sina,
E que desfoca tudo
O que atravessa na minha retina.

Rotina?
Não. Pura toxina.

Parece que troco os sentidos,
Ou melhor dizendo,
O sentido de cada imagem
Deste puzzle designado Esperança,
Que chega a mim tremendo
Com medo de se tornar em miragem.

Não sei. Não sinto. Porque não minto?
Que venha então o absinto…

Pois não sei quem fui, ou se sou ou se serei.
Só sei que continuo a sentir essas correntes
Do seu estado bem demente
Que me aflora esta dor
E assombra esta minha mente,
Para eternamente.

Por isso, porque não vamos?
Porque não vamos parar esta loucura maldita?
Entre famílias desenlaçadas
Por um destino fatalmente trancado,
Por máguas,
Por trevas,
Por merdas,
Por guerras.

Não sei quem sou. Se serei eu um Eu,
Ou se simplesmente vivo,
Paradoxalmente, desssa tua alma
Que indubitavelmente
Matou toda a minha calma.

Estou farta. Estou a ficar cansada.
De viver nesta mentira,
Nesta puta da fantasia!
De finais felizes mas de tristes risos!

Pára! Pára com a tua loucura!
Pára com esse teu jogo de me tornar na tua pessoa.
De viver a tua vida em vez de seguir em frente com a minha,
Por causa da tua saída!
Pára de me assombrar o espírito de noite e de dia!
Pára com esse inferno!
Pára de te rires às minhas custas,
Com as tuas obcecadas facadas em mim,
Hoje cicatrizes por ti realçadas. 


Não quero mais viver nesse inferno…
E então hoje,
O meu amor por ti,

Desistiu aqui, 
Sozinho,
À procura do seu Fim.