"Eu também sou vítima de sonhos adiados, de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, eu ainda tenho um sonho, porque nós não podemos desistir da vida."

Martin Luther King

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Um novo caminho.

Procuro nas tuas sardas um caminho para a minha luz. Esse teu corpo no escuro enche-me as medidas. Consigo ver a felicidade estampada no meu rosto enquanto vagueio por esses caminhos indeterminados, mas levemente apaixonados, nessas tuas costas nuas e frias. 

Toco-te. Cheiro-te. E beijo-te. 

O fumo da noite acalma-nos. As estrelas são as nossas únicas confidentes e nós depositamos nelas. São as únicas que sabem de nós. De ti e do meu eu. 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O Despertar



Hoje salvaste me do meu próprio precipício. 

Todo o teu carinho conseguiu me agarrar, destas garras malvadas das noites frias em que me ponho a pensar, sem dó, acerca de toda esta bagagem que tanto me faz o espírito pesar. 

Toda a tua beleza ressalta o brilho que há em mim e juntos formamos o Sol e as Estrelas. O Sol todo o nosso amor e carinho, as Estrelas todos os caminhos que poderemos caminhar juntos, de mãos dadas. 

Outrora sufocava com o sabor amargo das minhas lágrimas. 
Hoje, esta noite, banhei- me por todo o corpo com um novo sabor. Todo o meu corpo está banhado pelo doce calor do meu choro, mas choro de emoção e felicidade.
São lágrimas de contentamento e beldade.  

São as últimas gotas que tenho no corpo, choram alegremente pois desta vez partem da felicidade.
Partem do meu corpo sabendo que terão um final melhor, sabendo que foram feitas livres desta prisão que teima em me perseguir, 
fazer me ruir. 

Essas minhas lágrimas querem te agradecer. 
Querem te agradecer por lhes teres dado um motivo para brilharem de novo e com toda a intensidade que merecem, mas que nunca puderam viver.

Obrigada por lhes retirares deste sufoco crónico. 
Obrigada por lhes salvares. 
Obrigada por me agarrares. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A Vela



















esta cama cheira  ao vazio de não te ter aqui.
o teu perfume fiquei eu com ele, não mais se desgarrou de mim
como este meu grande sentimento por ti.

és tudo aquilo que eu pedi.
e vou te querer sempre mais, a cada instante, segundo e momento do meu dia
até tu o deixares de querer, mas de mim.

antes era fogo carnal, havia também algo de especial
mas também muita insegurança à mistura,
agora  apenas e só resta carinho e ternura.

estes lençóis chamam o teu nome
de tão alto que está a ecoar na minha mente.
espero bem continuarmos juntos
nesta nossa maneira tão ardente

todos os nossos momentos, toda a nossa história
todo o nosso suor das noites
eu me relembro agora.

é incrível como uma noite pode mudar tanto a vida de alguém.
foste a melhor prenda que alguma vez recebi
desde a nossa primeira noite que eu me apercebi

tu serás o meu capitão, e eu a tua sereia
velejaremos sempre juntos
até explorarmos todos os nossos mundos
nesta nossa grande ideia.

vamos continuar a velejar meu amor,
e vermos onde os ventos nos irão levar?
























Sinto isto tudo neste momento. 

A minha saudade de ti não me deixa em paz a ponto de não me deixar dormir , sem ti... Falta uma peça. Faltas tu. Esta cama, este quarto, estes lençóis já não me pertencem mais a mim, mas sim aos dois. Completas me por muitas diferenças que ajam. Agora são beijos, são abraços, carinho. Não tenhas medo , juntos podemos viver um grande sonho, por isso vem aqui para o pé de mim neste meu ninho saudoso, amoroso. Quanto ao amor, só o vento o dirá , mas o nosso barco está a velejar num bom sentido. Venham as marés que vierem, serás o capitão e eu a sereia , apoiando nos um ao outro neste nosso grande carinho. 


Esta cama cheira ao vazio de não te ter aqui ...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Versus



















Isso chega a um ponto em que não é sensual, 
torna-se vulgar
e bué banal.

Eu sou tão boa na cama

que tu nem tens noção.
Mas para me levares primeiro
tens que me tocar o coração. 

Não são cenas porcas que me conquistam

mas sim a cabeça.
Nem importa a grossura, ou se é branca 
ou mesmo preta.

Há chamas mais fortes que até 

o próprio vapor do sexo.
Ou mesmo que o seu sabor
ou meu prazer pela dor.

Há um certo calor que apenas sentes

quando atinges algo mais profundo.
A isso chamarei de Amor,
o melhor e maior sofrimento do mundo.

Desculpa se te é demasiado perplexo,

sou o meu próprio espelho através das letras.
Elas sim, são o meu eu mais profundo,
o meu reflexo.

Nem todass as cartas

deves virar na primeira rodada.
Há certas manhas 
que deverão ser guardadas
para uma pessoa mais chegada.

Nem tudo é fogo que se cheire

nem tudo é beleza que te fere.
Se queres mesmo algo mais forte
escolhe ao menos algo que se preze.

Nem toda a rosa pica

e nem toda a queca a própria!
Não é a quantidade que se mede
se não te reges pela escória.

É sim o ritmo da qualidade,

já outro nível de intimidade.











quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Tenho em mim todos os Livros do Mundo.


monólogos||

"sim, esta é a minha coleção de livros, embora que gostaria de ter muitos mais, só que cheguei a uma conclusão em que prefiro gastar o meu dinheiro noutras coisas. não é que esteja a dizer que sejam mais importantes que os livros para mim, pois estes sim, são a minha vida, assim como alguns dos meus familiares, alguns dos meus amigos e as minhas pequenas: tantos as duas traquinas racionais, como as irracionais (mas bem mais racionais do que eu, nestes últimos tempos).

como estava a dizer, digo isto, pois sinto que se os comprar só estou a ser mais consumista e a não lhes dar o devido valor.

gosto mais de os partilhar, de saber que foram lidos por outros grandes olhos ou por uma alma tão vagabunda como eu, uma alma que sonha em vaguear sem saber por onde andar ou ir. por saber que naquela noite não deixaram alguém grande sozinho em vão. por saber que fizeram a companhia certa numa tarde de sol, num parque ao relento do vento, ou numa praia, ou numa floresta.

gosto de ter a noção que aquele toque, desse livro, já foi diferente. gosto de pensar o quão reconfortável tornou os sonhos de outrem, o quão libertador tornou a mente de alguém tão irrequieto de sonhos como eu. tão de me mente. tão demente, literalmente, de alma, no sentido do grande Friedrich Nietzsche:

 - "E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música."

continuando, ao longos destes anos pequenos, fui-me apercebendo que os livros também são seres vivos: pois transportam sonhos, pensamentos, histórias e vivências grandiosas de grandes escritores, de grandes almas desaperfeiçoadas à procura de algo maior, de meras pessoas que simplesmente sonhavam, que simplesmente se retratavam nas suas escritas.

sinto que escrever é uma forma de viver. eu posso ser uma vagabunda morta neste momento, mas sentir-me a mais viva de todos os seres vivos só por escrever. por me deixar transparecer, por reencontrar o meu ego mais profundo, o meu eu mais íntimo, aquilo que quero ser. daí dar tanto valor a um livro.

voltando à história, para mim, um livro é como um pássaro que não pode estar fechado numa gaiola, se não perde a sua essência. para mim, o melhor que posso fazer por um livro é simplesmente dar-lhes toda a liberdade que merecem ter e vaguear por todas as almas deste mundo, por todos os sonhos desta terra, por tanta coisa. por todos nós.

adoro chegar a uma biblioteca e sentir o cheiro da capa do livro na minha pele. adoro sentir que aquela futura história, me irá mudar de certa forma, tanto para o bem como para o mal. mas muda-me, e isso, para mim, é viver.

adoro percorrer aqueles grandes labirintos fecundos de letras, de emoções e pensamentos ausentes de donos. estão livres. nasceram. vivem.

para mim um livro é para ser partilhado, por isso adoro bibliotecas.
parece que se me sorriem de cada vez que entro. já os estou a ver, lá chega alguém para pegar num deles e eles a rirem-se de contentamento, de alegria, da sensação de liberdade que é quando dão liberdade a outro ser.

são pássaros, é compreensível. são também jovens sonhadores, é compreensível. são também livres autores de pensamento e mudanças, são os novos revolucionários do século, são o tudo ou nada. é compreensível.

por isso é que tenho a minha estante quase que vazia, embora tenha uns belos 50 livros. 
quantidade não é qualidade, atenção. 
mas por isso reforço o que te dizia antes: posso ter aqui poucos livros, mas neste coração sozinho que não sabe de que mundo é, tenho todos os livros do mundo."


terça-feira, 1 de setembro de 2015

// BIPOLARIDADES


esta rotina sufocante, que me prende nestes presentes, não dá
mais para aguentar.

estes trabalhos suplentes de sonhos grandes e impotentes, nada trazem, só
retiram, não dá mais para aguentar.

estas pessoas sem alma, vazias de dentro e por fora, não percebem o que é viver; não percebem a impulsão de um sentimento em vão que te leva
pela estrada fora sem rumo, sem perdição. estou farta.

sinto que a cada dia mais me vou perdendo. que a cada dia mais esventro o meu pulso esquerdo, do lado do coração, para dar mais valor à razão já que o
escrito ''carpe diem'' neste pulso não tem espaço suficiente nesta vida para viver plenamente. para se libertar. para se auto-reconhecer. para aprender.
para ler. para viajar. para tocar musica. para tanta coisa.
fodass.

ai que merda, vida. vida, vida que merda.

tira-me daqui. liberta-me deste sufoco. não aguento mais. vivo em constante bipolaridade, para não falar da imensa depressão que está sempre escondida.
sinto que a cada dia mais me torno mais velha, velha mesmo de alma, e que o conteúdo quer explodir e não pode.

deuses, tenho que editar o meu livro. e por acaso já algo fiz para isso?

fodass Tânia, como foste aqui parar?! tu não querias viajar? África não era o teu sonho? o grande VV não era o que querias? viajar e voluntariado?
tocar música pelo caminho, ler bons livros, ver um documentário acerca dos grandes mistérios da mente, aprender mais sobre a bíblia (que por acaso ando a ler, menos mal), o torá ou mesmo tornares-te budista? que é feito disso?

ao invés, trabalhas em sítios de merda para pagares rendas de merda, para comprares coisas de merda, para viveres na merda, para viveres uma vida de merda,

esta não és tu! dá voz ao teu interior de outrora, àqueles grandes sonhos e viagens, a tudo o que querias aprender... piano, bateria, neurologia, teatro, medicina, danças latinas, escritas repentinas, canetas submarinas, dietas mentais slash sociais milagrosas... deuses, já nem digo coisa com coisa.

esta droga é maldita. sinto ter tanto para dar mas prendi-me a esta vida de rotina, em que as pessoas que vejo mais me parecem fantasmas negros do que propriamente almas vivas e coloridas.

a mia não me deixa escrever. sempre à frente de mim. agora está por baixo do meu queixo, mas mesmo assim é das poucas coisas vivas que me têm dado um pouco mais de cor.

já não me sinto a mesma de antes. aquela Tânia grande e vitoriosa que nunca se iria deixar levar por esta grande maré de azar e rotina, por trabalhos de merda só para pagar rendas de merda
e comidas de merda e despesas de merda. só digo merda.

agora tocam -me à campainha neste bairro desgraçado. deixem me em paz porra, já não basta não ter a minha privacidade suficiente e ainda me chateiam com isto.

sinto que alguém grandioso quer sair de dentro de mim mas presto por estas convenções socias de merda.

adoro artistas e exploradores, pois são as pessoas que mais exploram o seu interior bem negro, bem lá no fundo da dor.
gosto dos exploradores pois percebem melhor as palavras de um livro do que qualquer outra pessoa. e costumam ser essas mesmas que me conseguem ler e compreender no fim disto tudo.

se continuo assim, o fim está para vir.
hum, parece que já nem vejo o fim da linha, pois está bem perto de mim e desfocado, sinal da morte?
tenho que me libertar destas correntes, tenho que me libertar de mim própria, este ser que não conheço habita em mim e só me sufoca, quer tirar me o lugar de viver, quer me matar.

fodass, tirem me deste corpo. quero só a alma e a mente.

tirem-me deste Presente.

vou-me.\\