"Eu também sou vítima de sonhos adiados, de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, eu ainda tenho um sonho, porque nós não podemos desistir da vida."

Martin Luther King

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Desabafo.


Não te percebo. Num dia, amas-me. No outro, desprezas-me.
Tu não sabes amar, não sabes dar valor a uma vida que te fascina! Pois simplesmente tens medo, medo de ser rejeitado, espezinhado!
Cobarde! Sim tu! Tu és um cobarde!  Enquanto tu não enfrentas os teus medos, aqui estou eu à janela apanhando toda esta chuva, esperando por ti, que apareças à minha porta, ingenuamente...
Eu amo-te!
Sim senhor!
Eu amo-te!
Mas já não sei até quando, já não sei se perdurará este meu sentimento... E era suposto ser meu, só meu! Mas tu roubaste-mo! Espezinhaste-o!  Primeiro choras e lutas por ele como se fosse o fim do mundo. Mas depois despreza-lo como se fosse um simples verme que te rasteja pela tua pele, gélida,  fria e distante. Tu não me mereces. Todo este meu sofrimento e dor!
Não o mereces!
Vai para a outra. Vai. Ela que não te conhece tão bem, como eu. Ela que não te percebe, como eu. Ela que não te deseja tanto, como eu!
Cobarde! Estúpido!
Cobarde!
Nem os teus próprios sentimentos os consegues confrontar. Não os consegues perceber, não queres saber  o que é feito o Amor. Simplesmente não queres...
Pois bem! Se não o queres saber, fica a saber que não ficarei mais à tua merçê dos teus jogos! Que não  icarei mais à tua espera sentada na esquina sem saber o que fazes! sem saber como me trais! Até que te encontre agarrado à outra...
A outra é menos profunda, não sabe o que é a vida. É falsa! É má! É vil! Roubou-me o ser mais precioso  ue eu tanto amava! Ela conseguiu cegar-te com os seus joguinhos fatais, com o seu corpo, com o seu  sangue... Pois tu preferes corpo ao espírito, à obra, à alma! Ela comprou-te, enquanto me roubava de ti...
Eu dei-te um abrigo! Alimentei-te de carinho e afecto e amor! quando mais precisavas! Dei-te leitura e  cultura. Recitei-te poemas. Fiz-te melodias! Deitas-te tudo isso para o esquecimento. Sabes porquê? Porque eram demasiado profundos para alguém tão vulgar como tu. Para alguém que deixou vender a sua própria alma por coisas tão banais, como o corpo!

Tu não pertences à minha raça. Não vales nada... És vulgar, um simples ser que deambula por aí, à procura  e um destino melhor.
És um cobarde! Pois temes o Amor! Temes que ele te magoe! Temes perder-me! Temes que eu te  abandone, que eu não te ame! Temes que seja demasiado doloroso para ti, que sejas demasiado fraco, que não consigas suportar toda essa angústia que seria de não me ter!
Mas eu amo-te!
Porque não arriscas??
Não te percebo porra!
ÉS UM CEGO!

Se calhar é porque simplesmente não tens alma, já que fora roubada, e eu ainda a tenho. E corpo e alma,  ão se conjugam apenas e só com esses dois ingredientes, cada um tem de ter um pouco do outro. Mas tu alma, já não te resta mesmo nada. Foste morto, pela outra!  Ou então por não saberes como amar-me. Porque receias o Amor...
Por isso, és distante, frio e gélido para quem te sorri. Enquanto que és caloroso, afável e amante para quem te apunhala... Pois não sabes o que é o Amor,  pois receia-lo, teme-lo, foges dele por ser tão verdadeiro, que te custa até crer nele. Foges de mim!

Foge então!
Foge então meu cobarde!

Cobarde!

Cobarde, que eu tanto amo...


Tu.








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