Deixa-te estar, aí, na sombra dessa antiga àrvore.
Deixa-te estar a ouvir os sons da Natureza. Dos pássaros a chamar e dos coelhos a saltitar.
Continua a ler, a imaginar essas bonitas paisagens, desses campos verdejantes repletos de papoilas e margaridas, que te convida a te perderes nele, de bom grado. Continua a viajar por essas longas ilhas perdidas, no meio do mar, como que esquecidas e lembradas por ninguém.
Continua a andar, meio perdido meio recordado desses deja vus, desses rios e caminhos, por onde ninguém anda, apenas tu.
Apanhas agora o barco, rumo a outra ilha. Mais uma entre todas aquelas, sonhadas... Arrancas agora uma das muitas perdidas num dos baús, desta vez do baú dos mistérios.
Arranjas paciência e andas mais uma vez perdido por esses caminhos, caminhos confusos da tua imaginação.
Mas lá a encontras, essa ilha chamada Imaginarium.
Primeiro relembras-te de todos os seus ficheiros: imagens, cheiros, emoções, toques e sons. Depois pegas nessa linha imaginária, a linha que te separa do resto do mundo. Agarra-la bem, e assim te despedes, por um momento, daqui.
Olhas agora pela janela do comboio Saudade. Vês todos os animais mágicos a correrem a teu lado, ouves o barulho do comboio e vês também o fumo da sua chaminé. Olhas mais uma vez para o lado, e os teus olhos cegam-se com a beleza daqueles montes e àrvores, que parecem te querer escutar e te apoiar. Desta vez, são os voadores que te tiram a atenção. Espantas-te com a magia das suas cores vibrantes e completamente novas ao teu olhar, à tua razão. Parece que consegues cheirar as suas penas tão macias e suaves. Ouves os seus gritos de alegria por te verem, vê-los a voar de contentamento e fazerem belíssimos espetáculos no ar de cortar a respiração. Dão voltas, dão piruetas, dão quedas e subidas tão a pique, que quase que parecem que se vão despenhar, ou lançarem-se como um foguete para mais acima do seu céu.
De um momento para o outro o céu perde a sua cor amarelada, e passa a ter uns tons azulados e brilhantes. É a sua Lua a fazer o seu feitiço, a lançar a sua magia para todo o ar envolvente. Agora ainda ficas mais sonolento e cansado, e ao mesmo tempo quase que apanhado na mente desta Lua. Tem cuidado, pois ela está de olho em ti. Lança-te esses seus brilhos, e leva-te a imaginar ainda outros novos horizontes: uns perigosos, outros assombrados. Acordas, ficas com medo da Lua, e amaldiçoas-la pelo susto que te pregou. Mas não a trates assim, ela simplesmente está a brincar. Tens de compreender que se sente só e que quando se recebe um visitante por estes caminhos, ela não perde a sua única oportunidade de pregar uma pequena partidinha...
De um momento para o outro o céu perde a sua cor amarelada, e passa a ter uns tons azulados e brilhantes. É a sua Lua a fazer o seu feitiço, a lançar a sua magia para todo o ar envolvente. Agora ainda ficas mais sonolento e cansado, e ao mesmo tempo quase que apanhado na mente desta Lua. Tem cuidado, pois ela está de olho em ti. Lança-te esses seus brilhos, e leva-te a imaginar ainda outros novos horizontes: uns perigosos, outros assombrados. Acordas, ficas com medo da Lua, e amaldiçoas-la pelo susto que te pregou. Mas não a trates assim, ela simplesmente está a brincar. Tens de compreender que se sente só e que quando se recebe um visitante por estes caminhos, ela não perde a sua única oportunidade de pregar uma pequena partidinha...
Enfim, lá a perdoas, e ela já se sente mais realizada.
O comboio de repente pára. Tu não percebes porquê.
Levantas-te e espreitas pela porta para veres o maquinista lá mais à frente da carruagem. Ele não está lá. Vais outra vez para o teu lugar e esperas um pouco, com esperança de que o comboio arranque mais uma vez.
Esperas 5 minutos, e nada. Espreitas pela tua porta, e olhas para a porta do maquinista. Essa porta parece que te sorri.
Esperas mais 10 minutos, e nem um som. Andas agora um bocado a pé pelo comboio, comboio esse estranho e misterioso, que nada te diz, mas onde ouves sons estranhos, como que um chamamento.
Esperas 30 minutos, e no final vais até ao lugar do maquinista. Sem sinal de vida, não está lá ninguém. Olhas pela sua janela, na cabide do suposto maquinista, mesmo à frente do seu volante e tudo mais. Através da janela, vês os ramos das árvores na rua, a se mexerem devido à brisa que corre lá fora. Olhas um pouco mais perto da janela, e para cima, para o céu, e vês todas as suas estrelas cintilantes e afáveis à vista. Passa uma lebre a saltitar. Pára à frente da carruagem, olha para ti, e tu para ela, e continua. Ouves agora uma madeira a ranger, é a porta ao teu lado a abrir-se, sozinha,não sabes como.
Dás uns quantos passos, desces as suas pequenas escadas, e estás na rua.
Vês outra vez essa lebre, e agora um pássaro. Meio azul, meio acizentado. Olha para ti como que se tivesse a dizer "Bem vindo.".
Começas a estranhar todo aquele silêncio, e até mesmo a recear do que possa estar para vir.
Então, decides saber do que se passa.
Então, decides saber do que se passa.
Quando dás mais um passo em frente, o comboio arranca. Começas a correr atrás dele, ele anda mais depressa. Dás mais velocidade à tua corrida, mas sem efeito. Começas a chamar pelo maquinista ou pelo comboio, já nem sabes tu, a dizer "Espere, espere por mim. Não me deixe aqui!". Mas nada, o comboio ainda anda mais rápido.
Já o vês lá bem ao longe. Não percebes porquê, mas tens a sensação do comboio ter ganho vida e te ter deixado ali de propósito. Mas deixas de pensar nisso e esse pensamento vai-se em vão.
Agora que estás totalmente perdido nessa Floresta, ficas com medo. Ouves um som e assustas-te. Sentes alguém tocar-te no ombro, como que a reconfortar-te, arrepias-te, olhas para trás. Nada. Vês então uns ramos de uma árvore a esvoaçarem. Treme para cima e para baixo, para cima e para baixo. É o vento, pensas tu, mas enganado.
Apercebes-te de um caminho de terra à tua frente, e chama-te a atenção uma determinada árvore e nela te deitas. Adormeces, deixas-te cair no sono, e desapareces.
Agora já é de dia. Os pássaros já cantam as suas melodias. Os caracóis, recomeçam as suas demoradas caminhadas. Os esquilos começam a apanha das suas preciosas bolotas. E os coelhos, juntam-se todos para uma jogada de cartas. Estranho? Sim.
Acordas, e apercebes-te desse teu deja vu, desse teu sentimento de saudade. Um coelho, meio esquecido, meio recordado aparece-te à frente e dá-te um Livro.
Começas a esfolheá-lo, lês a primeira página e deliciaste-te com a sua leitura. Chegas a uma página onde se encontra uma linda gravura. É uma ilha deserta, cheia de bosques e animais e uns pássaros de umas cores extraordinárias, que não existem em mais lado nenhum.
Começas a imaginar como seria estar naquela ilha encantada. Adormeces. Começas a sonhá-la. Ouves um som na tua mente, parece a de um comboio. Esse comboio vai-se aproximando, até que pára, mesmo defronte de ti. Arriscas e decides entrar nesse comboio, que parou como que esperando por ti, não sabes bem porquê.
Lês o que diz o seu destino. O nome parece-te familiar. O seu destino é uma ilha, a ilha Imaginarium.
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