quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Íris de Vidro
é uma dor constante. e as palavras saem sufocadas, esgotadas...
de tanta lágrima escorrida, marés se formaram,
a partir de lagos gelados que se esvaziaram.
não sei o que sinto. não sei porque minto.
esta menina querida, que tanto ouvem falar,
tem sempre algo a dar,
ou um sorriso a falsificar.
é uma máscara. venenosa. poderosa.
não te queiras prender a ela.
pois eu fi-lo.
escondi no meu próprio sangue,
o suor,
o medo,
a frieza,
e toda a tristeza.
por fora é tudo felicidade.
é tudo sorrisos de bondade,
amor e ingenuidade.
as sardas fora expressam as gargalhadas, por dentro, leiloadas.
os olhos escondem as marés, nunca com ninguém partilhadas.
o peito bombeia a saudade nunca antes saciada.
e a minha infelicidade apenas reflecte a puta da realidade.
que mais fazer?
já nem penso correto.
mas eu estou bem.
não percebo.
não me morreu ninguém,
presentemente.
ninguém me tratou mal,
presentemente.
ninguém me abandonou,
actualmente.
a questão, não é o agora. é o passado.
e nesse, ninguém mente.
foi duro. é duro. ainda transporto essa corrente, para medos futuros, cobardemente.
de futuros casamentos,
e de seus desalentos.
de futuras discussões lerdas,
trazendo atrás suas perdas.
de futuras infelicidades,
movidas pelas saudades.
de promessas feitas à pressa,
que a ninguém depois interessa.
obrigado meu sangue venenoso por me dificultares mais uma vez este meu caminho.
caminho que a cada dia construo,
com suor, garra, amor e determinação.
caminho que a cada dia mais me faz ver a luz e
chorar de alegria,
por puder ver tudo com olho mais maturo.
mas mesmo com o facto de tu me permaneceres ausente,
consegues transformar toda a merda,
no meu presente.
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